Quando o happy hour pode ser extendido

Para um homem experiente, no alto de seus 46 anos, bem vividos, não há mais tanto espaço para a boemia. Com o passar dos anos os programas agitados de outrora, dão espaço para para programas mais tranquilos, como um bom "happy hour" com amigos ou um bate papo sem compromisso com o pessoal da mesa ao lado.

Um amigo tem um bar muito aconchegante, bem decorado, pequeno, aconchegante, cardápio variado com bebidas estupidamente geladas, petiscos premiadíssimos pelas principais revistas do mercado, poucos frequentadores, boa música, e inclusive podemos tomar a liberdade escolher o repertório musical que queremos ouvir no junkebox ou pelos músicos que chegam um pouco mais tarde. Para os mais atrevidos, podem até dar uma canja de seus dotes artísticos, muito bem acompanhados pelos músicos que tocam nas noites boêmias do bar.

Tomar meu relaxante muscular (cerveja) no final de tarde é um dos raros momentos de tranquilidade do dia, gosto de estar em ambientes em que eu me sinta bem, de preferência envolto na penumbra, acompanhado de uma bebida gelada, temperatura adequada. Nem precisa ter muita gente, pois o happy-hour é para ser degustado como uma rara iguaria e não há nada como sentar-se confortavelmente num lugar e dar aquele primeiro gole. Uhhhh é delicioso demais!! No happy não há formalidades como roupas, horários, acessórios ou regras, é sentar a aproveitar. 

As vezes convido amigos para aproveitarem comigo estes momentos. Os assuntos rolam de acordo com a cultura e as vivencias dos interlocutores, criando verdadeiros sanduíches de proza, que quando formado por homens, falando de mulher, quando formado por mulheres, falando de homem, e na maioria das vezes com muito recheio de romance e sexo dentro. Muitos assuntos circulam numa mesa de bar e brindam a vida passando cultura de uma forma natural, sem a necessidade de aprofundar-se em ciências, pois cada um dispõe de suas ideias, romances, teses e vivencias naturalmente.

Os assuntos tornam-se interessantes, ainda mais quando o público ao redor vai aumentando. A cerveja vai relaxando e as belezas aumentando. Na maioria das vezes o que ocorre nas mesas ao redor não chama a atenção, a não ser quando surge aquela imagem que vai mudar todo o sentido da noite e quem sabe de uma vida toda. Como não quer nada, você de repente da aquela olhada geral para ver o que está acontecendo ao redor, ai naquela virada inesperada você da de cara com aquele olhar magnético, cheio de energia e mistério, que de imediato muda todo o sentido das conversas na mesa do bar e outros interesses começam a passar por seus pensamentos.

Naquele canto, naquela mesa, está aquela que faz o diferencial, e que de uma hora para outra você já nem presta mais atenção em quem está perto. No início são olhares, risinhos ainda contidos, acenos quase que imperceptíveis com a cabeça. Seu olhar cruza uma, duas, três vezes, aí seus ímpetos já não se contem mais. Sua vontade é de teletransportar-se ou ejetar-se para o lado daquela que despertou todos instintos possíveis. 

O papo ainda rola na mesa e você precisa tentar interagir mesmo que seus pensamentos estejam noutro lugar. Tudo que acontece na mesa ao lado chama infinitamente mais a atenção do que o mero papo com seus amigos. Aquela cruzada de pernas, ahhh, e que pernas; aquela sacudida nos cabelos, ahh e que cabelos; aquele gole no espumante em que você só consegue enxergar aqueles lábios carnudos pintando de batom a borda da taça. Aqueles olhos flamejantes que decoram aquele sorriso que parece dizer: eu quero você. Pronto, você chegou ao desespero total, já nem pensa em horários, compromissos, nem mesmo se o bar ta fechando ou qualquer outra coisa que o mundo lhe imponha. Seu foco agora é atração que aquele olhar magnético causou sob você. 

Sua mente já imagina todas situações, aquelas cruzadas de pernas parecem intermináveis, alem daquele salto e daquelas meias 3/4, sua visão começa a virar de raio X e você já tá imaginando qual é o formato e a cor da lingerie que ela está usando, seus dentes trincam imaginando que ta tirando a calcinha dela com a boca. e ai seu amigo pergunta-lhe se você viu o gol daquele jogador que está fazendo sucesso. Putz, que banho de água fria. Nesse instante você dispensa a devida atenção a seus amigos novamente, afinal foi você que os convidou, ai o papo rola por mais um tempo com eles e você se distrai. Quando você lembra, olha novamente para outra mesa, percebe que aquela mulher que há pouco lhe transtornará os seus pensamentos não está mais ali. Novamente você enlouquece, não só por achar que perdeu a oportunidade, mas que nunca mais terá a oportunidade de encontrar aquela que poderia mudar os rumos de sua vida.

Que súbita perca de coragem é essa? Você nunca esquivou-se de ao menos tentar, foram tantas tentativas, acertos, erros, romances rápidos, flertes, beijos trocados entre uma dança e outra. A noite passa, seus amigos despendem-se e você fica ali sentando sem acreditar em sua incapacidade frente ao inesperado. 

Novamente começa a percorrer seu olhar pelo ambiente como fosse uma biruta no meio da tempestade a procurar algo que diga para onde ela foi, quando de relance você olha e reconhece ao fundo do bar aquela mulher esplendorosa, linda, alta, bem vestida, sentada num sofá vermelho que acentua seu tom de pele. Ela levanta-se do sofá e caminha ao seu encontro, cada passo que ela dá, você fica mais estático, ela aproxima-se, coloca sua taça sob a mesa, pede licença e senta-se no lugar onde outrora seus amigos estiveram. Com aquele ar maravilhoso ela olha no fundo de seus olhos e pergunta: Você está lembrado de mim?

E agora? Quem é ela? Onde a conheci? Quem ela conhece?

(continua no texto: ... )

Acordei com umas ideias

Invariavelmente acordo com o tradicional tilintar de meu despertador, hoje porem, fui surpreendido pelo som diferenciado do aplicativo de mensagens instantâneas de meu celular. Curioso, ao conferir o que havia chegado, la estava a frase "acordei com umas ideias", em seguida vieram algumas imagens que esclareceram o que minha interlocutora estava a imaginam.

A Cigana excitada com um sonho que tivera, acordou serelepe e cheia de intenções para com alguém que tenha provocado sensações diferenciadas outrora, então lhe veio a tona encontros e conversas de alcova que tivemos. Subitamente enviou uma mensagem ao atual namorado dizendo que havia acordada cheia de tesão, mas no decorrer do dialogo constatou que as sensações que havia sentido no sonho não eram as mesmas que sentira com ele, pois sua pegada forte contrastara com aquela sensual que sentira durante a noite. O namorado afoito, começou a enviar-lhe imagens aos quais ela quase que automaticamente começara a retransmiti-las. Assim que foram chegando, saltavam-me aos olhos aquelas cenas deliciosas, o sol nem havia raiado e eu já estava todo ouriçado. As fotos acentuavam ainda mais a natural ereção matutina, mas enrijecer-se é naturalmente fácil, difícil é não ter um travesseiro de orelhas ao seu lado na cama para atacar vorazmente e saciar os desejos mais profanos.

Mal sabe a Cigana, que na noite anterior, antes do sono vir, havia feito uma provocação para a Karolina, aquela que outrora era uma paixão platônica que circulava pelas rodas de amigos nos barzinhos da cidade, mas que nunca tive chance de aproximar-me como gostaria, agora depois de muito tempo, reencontra-mo-nos através do mundo virtual. Karolina é uma mulher alta, de curvas generosas, rosto angelical que destaca-se no meio da multidão e que de uns tempos pra cá tem visitado meus sonhos e desejos. Na noite anterior, houve a coincidência de termos tido insônia quase que concomitantemente, nas primeiras mensagens da manhã perguntamo-nos porque não aproveitamos os momentos acordados para namorar virtualmente, ja que temos tão raros momentos em que agendas coincidem. Antes de dormir deixei um recado que caso ela tivesse novamente insônia, que me chama-se para aproveitarmos, o que acabou não acontecendo.

Acordo com ressaca de não ter encontrado Karolina no meio da madrugada E logo nas primeiras horas já recebo aquelas imagens que elevaram minha temperatura aos extremos, fazendo-me levantar e procurar atividades que me fizessem diminuir a intensidade do sangue que pulsava em minhas veias. Aos poucos as pulsações foram entrando no ritmo normal, principalmente quando debaixo do chuveiro, minhas mãos contentaram-se em tão somente banhar-me, apesar dos pensamentos estarem borbulhando em minha cabeça.

Inicia-se a rotina diária, primeiro afazeres domésticos, depois preparativos para o trabalho, muitas atividades depois, soa novamente o tilintar do aplicativo de mensagens instantâneas, só que desta vez é a Karolina. Cada vez que ela entra em contato comigo, mesmo que por mensagem, meu corpo aquece. Nesta ultima vez...